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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Às vezes há coisas que são tão chocantes que você simplesmente não deseja relatá-los a menos que possa ser completa e totalmente documentado. Ao longo dos últimos anos, tem havido muitos rumores sobre uma moeda global que seria implantada, mas às vezes tem sido difícil apontar evidências de que essa moeda está realmente em implantação. Este não é mais o caso. Um documento intitulado"Reserva de Capitalização e Estabilidade Monetária Internacional" do Departamento de Estratégia, Política e Revisão do FMI recomenda que o mundo adote uma moeda global denominada "Bancor", e que um banco central global seja criado para administrar a moeda. O relatório é datado de 13 abril de 2010 e uma cópia completa pode ser lida aqui. Infelizmente, isso não é rumor e nem boato. Esta é uma proposta muito séria de um documento oficial de uma das instituições mais poderosas que está atualmente em execução da economia mundial. Quem segue o FMI sabe que o que o FMI quer o FMI geralmente consegue. Então, poderia uma moeda global conhecida como o "Bancor" estar no horizonte? Isso agora é uma questão legítima.

Então, de onde é que o nome "Bancor" vem?

Bem, acontece que "Bancor" é o nome de uma hipotética moeda mundial, uma vez sugerida por John Maynard Keynes. Keynes era um mundo famoso economista britânico que dirigiu a Comissão do Banco Mundial que criasse o FMI durante as negociações de Breton Woods.

entrada na Wikipédia para "Bancor" coloca desta maneira:
"O bancor era uma unidade de moeda mundial de compensação proposta por John Maynard Keynes, enquanto chefe da delegação britânica e presidente da comissão do Banco Mundial, nas negociações que estabeleceram o sistema de Bretton Woods, mas esta moeda não foi implementada."
O relatório do FMI referido acima propôs nomear a vindoura unidade de moeda mundial como "Bancor", em homenagem a Keynes.

E os SDRs (Direitos de Saque Especiais)? 

Ao longo dos últimos anos, diziam que os SDRs seriam a futura moeda global. Bem, o relatório prevê fazer dos SDRs seriam "a principal moeda de reserva" à medida que avançamos rumo a uma moeda global.

"Como um complemento a um sistema multi-polar, ou mesmo, mais ambiciosamente, seu ponto final lógico, um papel mais importante poderia ser considerado para os SDRs."

No entanto, o relatório também reconhece que os SDRs têm algumas limitações sérias. Como o valor dos SDRs estão intimamente ligados às moedas nacionais, qualquer coisa que afete estas moedas afetará os SDRs também.

Agora, os SDRs são compostos de uma cesta de moedas. A seguir está uma repartição dos componentes de um SDR .

* Dolar Americano (44%)
* Euro (34%)
* Yen (11%)
* Libra (11%)

O relatório do FMI reconhece que a mudança para as SDRs é apenas um movimento parcial de distanciação do dólar americano como moeda de reserva mundial e apela pela adoção de uma moeda que seria verdadeiramente internacional. A verdade é que os SDRs são desajeitados e pesados. Por agora, os SDRs ainda devem ser reconvertidos em uma moeda nacional antes que eles possam ser usados, o que realmente limita a sua utilidade de acordo com o relatório.

"A limitação dos SDRs como discutido anteriormente é que eles não são uma moeda. Os SDRs precisam ser convertidos, posteriormente, para uma moeda nacional para a maioria dos pagamentos ou as intervenções nos mercados cambiais, o que torna o seu uso incômodo em operações. E embora um sistema baseado em SDRs nos afastaria de uma moeda nacional dominante , o valor da SDR permaneceria fortemente ligado às condições e o desempenho dos países cujas moedas fazem parte desta cesta."

Então, qual é a resposta? 

Bem, o relatório do FMI considera que a adoção de uma moeda global verdadeira administrado por um banco central global é a resposta.

Os autores do relatório acreditam que o ideal seria se o "Bancor" fosse imediatamente usada como moeda em muitas nações em todo o mundo, mas eles também reconhecem que uma abordagem mais "realista" seria para o "Bancor" circular ao lado moedas nacionais em primeiro lugar.

"Uma opção é para bancor ser aprovado por decreto como uma moeda comum (como o euro foi), uma abordagem que teria como resultado imediato a utilização generalizada e eliminaria a volatilidade da taxa de câmbio entre os adotantes (comparável, por exemplo, a Cooper 1984, 2006 e The Economist, 1988). Um pouco menos ambiciosa (e mais realista) seria a opção para o bancor circular ao lado de moedas nacionais, embora fosse necessário que ele fosse adotado como moeda por pelo menos alguns países para que um câmbio de mercado se desenvolva." 

Então, quem iria imprimir e administrar o "Bancor"? 

Bem... um banco central mundial, é claro. Seria algo como o Federal Reserve, totalmente fora do controle de qualquer governo nacional em particular.

"A moeda global, bancor, emitida por um banco central global (ver Suplemento 1, seção V) seria concebido como uma reserva estável de valor que não esteja ligado exclusivamente às condições de uma economia em particular. Enquanto o comércio e as finanças continuam a crescer rapidamente e a integração global aumentar, a importância desta perspectiva mais ampla deve continuar a crescer. " 

De fato, em um certo ponto o relatório do FMI compara especificamente o banco central global proposto com o Federal Reserve americano.

"O banco central global poderia servir como um emprestador de última instância, proporcionando a liquidez sistêmica necessária em caso de choques adversos e mais automática do que a forma atual. Tal liquidez foi fornecida na mais recente crise principalmente pelo Federal Reserve dos EUA, mas que contudo, este nem sempre poderá fornecer uma liquidez desse tipo." 

Então é isto que nós realmente precisamos? 

Uma moeda mundial administrada por um banco central internacional nos moldes do Federal Reserve?

De forma alguma!

Como escrevi sobre anteriormente, o Federal Reserve tem desvalorizado o dólar americano em mais de 95% desde que foi criado e o governo americano acumulou a maior dívida da história do mundo sob este sistema.

Então, agora queremos impor um sistema desse tipo em todo o globo? 

A verdade é que uma moeda global (seja chamada de "Bancor", ou seja dado um nome completamente diferente) seria um grande golpe na soberania nacional e representaria um passo importante para um governo global.

Considerando o quão desastroso o sistema do Federal Reserve e outros sistemas de bancos centrais ao redor do mundo têm sido, por que alguém iria sugerir que tivéssemos um sistema bancário global central modelado após o Federal Reserve?

Esperemos que o "Bancor" nunca veja a luz do dia. 

No entanto, a verdade é que existem alguns interesses muito poderosos que estão absolutamente determinados a criar uma moeda global e um banco central global para a economia global que vivemos hoje dentro

Seria um grande erro pensar que isto não poderá acontecer.

Fontes:
The Economic Collapse blog: Bancor: The Name Of The Global Currency That A Shocking IMF Report Is Proposing
FMI: Reserve Accumulation and International Monetary Sta

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Censura e perseguição: Google está fechando blogs que denunciam os Illuminatis

Isto é só o começo da perseguição. É uma censura feita aos poucos, para não haver alarme. Por favor, fujam destas plataformas como Google e Wordpress que pertencem aos Illuminatis!


Veja o ocorrido:

Fiquei estupefacto, esta noite ao abrir o meu e-mail, quando vi a mensagem do Max, autor do Informação Incorrecta.

Reproduzo para vocês a mensagem que ele me enviou:

“Olá Mário!

Informo que o meu blog, Informação Incorrecta, foi fechado.

Razão? Não sei.

Simplesmente tentei acessar, fui impedido, segui todo o percurso de recuperação do blog e afinal disseram que o meu blog tem características de spam.

Não percebo.

Sempre indiquei as fontes do material de não minha autoria. Nunca fiz publicidade. Não recebi avisos, nada.

Pedi uma resposta no fórum de ajuda mas ainda não recebi resposta.

Em breve irei re-abrir numa outra plataforma.

Entretanto, que se cuidem pois o ar é "pesado"...

Um abraço!

Max”

Já sabia que o Google (com sede em Montain View) monitorava todos os nossos blogues, agora tenho a certeza que a Censura anda aí!

Ao serviço do Neo-Fascismo...

É caso para começarmos todos a pensarmos em mudar de plataforma.

Para mim, o Informação Incorrecta era um dos melhores blogues editados em Portugal e espero que o Max volte depressa, porque de spam nada tinha.

Uma vergonha...

Experimentem e digitem:

http://informacaoincorrecta.blogspot.com/

(Outro site fechado: http://bloglimitefinal.blogspot.com/)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

PRIMEIRO CLEMENTE continuação

PRIMEIRA CARTA DE SÃO CLEMENTE AOS CORÍNTIOS - (primeira parte)


CAPÍTULO XLIX


1 Quem possui a caridade em Cristo, cumpra os mandamentos de Cristo.

2 Quem poderia descrever o vínculo da caridade de Deus?

3 Quem seria capaz de exprimir a magnificência de sua beleza?

4 É indescritível a altura a que nos leva o amor.

5 O amor nos une a Deus, o amor cobre os pecados, o amor suporta tudo, o amor é grandioso em tudo. Nada há de mesquinho e soberbo na caridade. A caridade não conhece cisma, a caridade não se revolta, a caridade realiza tudo com harmonia, na caridade todos os eleitos de Deus atingiram a perfeição. Sem caridade, não há nada que agrade a Deus.

6 Na caridade o Senhor nos acolheu. Pela caridade que teve conosco, Nosso Senhor Jesus Cristo deu Seu sangue por nós, segundo a vontade de Deus; sua carne por nossa carne, sua alma por nossas almas.

CAPÍTULO L

1 Amigos, vede como a caridade é grande e admirável e como não há como descrevê-la de forma perfeita.

2 Quem seria capaz de chegar até ela a não ser aqueles a quem Deus os torna dignos. Peçamos e supliquemos por Sua misericórdia, para vivermos irrepreensíveis na caridade sem a parcialidade humana.

3 Desde Adão, passaram todas as gerações até o dia de hoje. Mas os que foram perfeitos no amor segundo a graça de Deus tomaram posse da terra dos santos e hão de manifestar-se quando o Reino de Cristo estiver à vista.

4 Pois está escrito: "Entrai nos aposentos por um instante, até que passe minha ira e meu furor. Então me lembrarei do dia favorável e hei de ressuscitar-vos de vossos túmulos".

5 Amigos, somos felizes quando cumprimos os mandamentos de Deus na harmonia da caridade, para que nossos pecados sejam perdoados pela caridade.

6 Porque a Escritura diz: "Bem-aventurados aqueles que tiveram perdoadas suas iniqüidades e encobertos seus pecados. Bem-aventurado o homem a quem Deus não imputa pecado e em cuja boca não se encontra a fraude".

7 Estas bem-aventuranças dizem respeito aos que foram escolhidos por Deus, através de Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem se dê a glória pelos séculos dos séculos. Amém

CAPÍTULO LI

1 Peçamos perdão de nossas quedas e faltas ocorridas pela sugestão do inimigo. Mas também devem considerar nossa comum esperança aqueles que se tornaram os líderes dessa revolta e cisão.

2 Pois os que vivem no temor e na caridade preferem ver-se a si mesmos atormentados do que os seus irmãos. Preferem ser censurados do que ver censurada a concórdia que nos foi transmitida por tão bela e santa tradição.

3 Mais vale ao homem confessar publicamente suas faltas do que endurecer o coração, da mesma forma como endureceu o coração daqueles que se revoltaram contra Moisés, servo de Deus, e que foram castigados mais tarde,

4 pois desceram vivos para o inferno, onde a morte os apascentará.

5 O faraó, seu exército, todos os chefes do Egito, os carros e os que neles estavam não foram lançados ao Mar Vermelho por outro motivo. Aí pereceram porque endureceram seus corações insensatos, após os sinais e milagres realizados por Moisés, servo de Deus, no Egito.

CAPÍTULO LII

1 Irmãos, o Senhor não necessita de absolutamente nada. Não precisa de nada de ninguém, exceto que o confessem.

2 Pois assim diz Davi, Seu eleito: "Hei de exaltar o Senhor e isso Lhe agradará mais do que um novilho que possua chifres e patas. Que O vejam os pobres e se rejubilem".

3 E novamente: "Oferece a Deus um sacrifício de louvor. Cumpre teus votos ao Altíssimo. "Invoca-Me no dia da tua tribulação: Eu te livrarei e me renderás glórias".

4 Porque, para Deus, sacrifício é o espírito humilhado."

CAPÍTULO LIII

1 Caríssimos, conheceis - e como conheceis bem - as Sagradas Escrituras: vos aprofundastes nos oráculos de Deus. Escrevemos isto para simplesmente vos recordar das coisas.

2 Quando Moisés subiu a montanha e aí passou, humildemente, quarenta dias e quarenta noites fazendo jejum, Deus lhe falou: "Desce depressa porque teu povo pecou. Aqueles que conduziste para fora da terra do Egito pecaram e afastaram-se do caminho que prescreveste pois fizeram para si ídolos de metal".

3 E o Senhor ainda acrescentou: "'Eu já te disse e volto a repetir: vi este povo e quão dura é sua cabeça. Deixa-me exterminá-lo, apagarei seu nome sob os céus e farei de ti uma nação grandiosa e admirável, muito mais numerosa do que esta'.

4 Mas Moisés respondeu-lhe: 'Senhor, não faças isso! Perdoa o pecado deste povo ou tira de mim o livro dos vivos'".

5 Ó grande caridade! Ó perfeição insuperável! O servo fala com liberdade com o seu Senhor: exige perdão para o povo ou implora que seja destruído junto com ele.

CAPÍTULO LIV

1 Quem, dentre vós, for nobre, compassivo e cheio de caridade,

2 diga: "se é por minha causa que há revolta, discórdia e cisma, eu me retiro, parto para onde quiserdes e faço o que for pedido pela comunidade, desde que apenas o rebanho de Cristo viva em paz com os presbíteros constituídos".

3 Quem agir dessa maneira obterá grande glória em Cristo e será recebido em toda a parte, "pois do Senhor é a terra e sua plenitude".

4 É isso o que fizeram e ainda fazem os que trilham, sem remorsos, o caminho de Deus.

CAPÍTULO LV

1 Porém, tomemos também exemplos dentre os gentios: quando surge uma peste, muitos reis e príncipes se entregam à morte por inspiração de algum oráculo, para salvar o sangue de seus cidadãos. Muitos outros se retiram de suas cidades, para que a revolta não se estenda.

2 Conhecemos muitos dentre os nossos que se entregaram à prisão para resgatarem outros. Muitos se entregaram à escravidão para sustentar os demais com o dinheiro pago.

3 Muitas mulheres, fortalecidas pela graça de Deus, realizaram difíceis tarefas.

4 A bem-aventurada Judite, durante o cêrco da cidade, pediu aos presbíteros a permissão para se ausentar do acampamento dos estrangeiros.

5 Expondo-se ao perigo, saiu por amor à pátria e ao povo em cêrco. E o Senhor entregou Holofernes na mão de uma mulher.

6 Perfeita na fé, Ester expôs a si mesma num perigo não menor, para salvar da proximidade da morte as doze tribos de Israel. Pelo jejum e humilhação, suplicou ao Senhor que tudo vê, o Deus dos séculos. E este, vendo a humildade de sua alma, salvou o povo em favor daquela que se expusera ao perigo.

CAPÍTULO LVI

1 Supliquemos também nós pelos que vivem no pecado, para que recebam doçura e humildade, para não cederem a nós, mas à vontade de Deus. Assim se tornará frutífera e perfeita a lembrança misericordiosa que deles tivemos diante de Deus e dos santos.

2 Aceitemos a correção fraterna, a qual, amados, ninguém deve julgar mal. A exortação que damos uns aos outros é boa e muito útil, pois nos une à vontade de Deus.

3 É isso que testemunha a santa Escritura: "Castigou e tornou a me castigar o Senhor, mas não me entregou à morte.

4 A quem o Senhor ama, castiga e açoita como a seu filho."

5 O texto continua: "Há de me castigar, como justo em misericórdia, e há de me corrigir. E enquanto isso, que nenhum óleo dos pecadores unja a minha cabeça."

6 E novamente diz: "Bem-aventurado o homem que o Senhor corrigiu. Não recuses a repreensão do todo-poderoso, pois Ele faz sofrer e novamente restabelece.

7 Bateu e suas mãos curaram.

8 Seis vezes arrancar-te-á as dificuldades; na sétima, o mal não te atingirá.

9 Na fome, preservar-te-á da morte. Na guerra, [preservar-te-á] do fio da espada.

10 Proteger-te-á do açoite da língua, não temerás males vindouros.

11 Rirás dos injustos e maus, e não temerás os animais selvagens.

12 Até os animais selvagens viverão em paz contigo.

13 Verás que tua casa gozará de paz e não faltará comida na tua tenda.

14 Verás que tua descendência será grande e os teus filhos como a erva miúda do campo.

15 Descerás ao túmulo como o trigo amadurecido, colhido no tempo certo, ou como feixe da eira, recolhido na hora exata"

16 Caríssimos, vede quão grande é a proteção para aqueles que aceitam a correção do Senhor, pois Ele nos corrige como bom Pai, para encontrarmos misericórdia por sua santa correção.

CAPÍTULO LVII

1 Portanto, vós que originastes a revolta, submetei-vos aos presbíteros e deixai-vos corrigir até vos converterdes, dobrando os joelhos de vossos corações.

2 Aprendei a submeter-vos, depondo a arrogante e orgulhosa jactância da vossa língua, pois é muito melhor para vós encontrar-vos no rebanho de Cristo, como pequenos e escolhidos, do que serdes super-estimados, mas excluídos da Sua esperança,

3 pois é assim que se exprime a santíssima sabedoria: "Eis que anunciar-vos-ei a palavra do meu Espírito. Dar-vos-ei a conhecer o meu discurso.

4 Já que chamei e não escutastes, me estendi e não destes atenção, ao contrário, negligenciastes os meus conselhos e fizestes pouco caso das minhas advertências, por isso também rirei da vossa perda, zombarei na hora em que chegar a tua ruína e quando o tumulto se abater sobre vós, catástrofe repentina como uma tempestade, ou quando vos visitar a tribulação e a angústia.

5 Então me invocarás, porém, não vos escutarei. Pecadores me procurarão, mas não me encontrarão, pois detestaram a sabedoria e não estimaram, acima de tudo, o temor do Senhor, não deram atenção aos meus conselhos, zombaram das minhas advertências.

6 Por isso, comerão os frutos dos seus erros e saciar-se-ão da sua própria impiedade.

7 Serão mortos em troca do mal que provocaram aos humildes e o julgamento aniquilará os ímpios. Porém, aquele que Me escuta, habitará sua tenda e, confiando na esperança, viverá em paz sem temer qualquer mal."

CAPÍTULO LVIII

1 Assim, obedeçamos a seu Nome, todo santo e glorioso. Fujamos das ameaças que a sabedoria incute contra os insubmissos, para que possamos fixar nossa tenda confiantes no Nome santíssimo de Sua Majestade.

2 Acatai ao nosso conselho e não vos arrependereis, pois Deus é vivo, assim como vivo também são Jesus Cristo e o Espírito Santo, e vivas também são a fé e a esperança dos eleitos no sentido daqueles que praticam os mandamentos e preceitos de Deus com humildade, mansidão perseverante e sem hesitação, para serem relacionados e se enfileirarem no número dos que serão salvos por Jesus Cristo, pelo qual rendemos glória pelos séculos dos séculos. Amém.

CAPÍTULO LIX

1 Se, porém, alguns não obedecerem ao que foi dito por nós, saibam que se envolverão em pecado e perigo não pequeno.

2 Contudo, nós seremos inocentes deste pecado e pediremos em súplica e oração constante para que o Criador de tudo conserve intacto o número dos que foram contados entre Seus escolhidos em todo o mundo, por seu Filho mui amado, Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual nos chamou das trevas para a luz, da ignorância para o conhecimento da glória de seu nome.

3 Ele nos ensinou a esperar em Teu Nome, princípio de toda criatura. Tu que nos abriste os olhos do coração para Te conhecermos, ao único Altíssimo nas alturas, Santo que repousa entre os santos:

Tu que rebaixas o orgulho dos soberbos, que desfazes as estratégias das nações, que exaltas os humildes e humilhas os que se exaltam, que distribuis a riqueza e a pobreza, que fazes morrer e levas à vida, que és o único benfeitor dos espíritos e Deus de toda carne, que vigias os abismos e controlas as obras dos homens, que és socorro nos perigos e Salvador no desespero, Criador e Bispo de todo espírito, tu que multiplicas as raças sobre a terra e, dentre todas, escolhes os que te amam, por Jesus Cristo, teu Filho amado, pelo qual nos ensinaste, santificaste e glorificaste.

4 Mestre, nós te pedimos: torna-te nosso socorro e nosso protetor; salva os oprimidos entre nós; levanta os caídos; mostra-te aos que oram; cura os fracos; leva ao bom caminho aqueles do teu povo que erram; sacia os que têm fome; liberta nossos presos; consola os fracos; conheçam-Te todos os povos, porque Tu és o Deus único, e Jesus Cristo é Teu Filho, e nós o Teu povo e ovelhas do Teu rebanho.

CAPÍTULO LX

1 Pois Tu fizeste aparecer a harmonia eterna do universo através das forças que nele operam. Tu, Senhor, criaste a terra habitada. Tu te manténs fiel por todas as gerações, justo nos julgamentos, admirável no poder e na majestade, sábio ao criar e providente ao sustentar a criação, bom nos dons visíveis, benigno para com os que em Ti confiam. Misericordioso e compassivo, perdoas nossas iniqüidades, pecados, faltas e negligências.

2 Não leves em conta todo pecado de teus servos e servas, purifica-nos, ao invés, com a urificação da tua verdade. Dirige nossos passos para andarmos na santidade do coração e para realizarmos o que é bom e agradável aos Teus olhos e aos olhos dos que nos governam.

3 Sim, Mestre, mostra-nos a tua face para o bem na paz, para nos protegeres com Tua mão forte e nos preservares de todo pecado por teu braço excelso e nos livrares de todos quanto nos odeiam sem motivo

4 Concede-nos harmonia e paz, a nós e a todos os habitantes da terra, assim como as concedestes a nossos pais quando Te invocaram santamente na fé e na verdade. Torna-nos submissos a Teu Nome todo-poderoso e todo santo, e aos que nos governam e dirigem sobre a terra.

CAPÍTULO LXI

1 Tu, Senhor, lhes deste o poder da autoridade por tua força magnífica e inefável, para que soubéssemos que por Ti lhes foi dada a glória e a honra, e a ele nos submetêssemos em nada contrariando a Tua vontade. Dai-lhes, portanto, Senhor, saúde, paz, concórdia e estabilidade a fim de que possam exercer sem obstáculos a soberania que lhes confiaste.

2 Pois Tu, Senhor dos céus, Rei dos séculos, dás aos filhos do homem honra, glória e poder sobre o que existe na terra. Tu, Senhor, dirige sua vontade no sentido do que é bom e agradável a Teus olhos, em Tua presença, a fim de que exerçam a autoridade que lhes deste na paz e mansidão, e obtenham Tua graça!

3 Só Tu podes realizar esses bens e outros maiores ainda entre nós. A Ti exaltamos pelo Sumo-Sacerdote e protetor de nossas almas, Jesus Cristo. Por Ele Te seja dada glória e magnificência, agora e de geração em geração, pelos séculos dos séculos. Amém.

CAPÍTULO LXII

1 Amados irmãos, escrevemo-vos o suficiente a respeito das decisões mais acertadas para nossa religião, como também a respeito da atitude mais favorável para as pessoas que querem levar uma vida santa na piedade e justiça.

2 Citamos todos os aspectos que dizem respeito à fé, penitência, verdadeira caridade, continência, prudência e paciência, recordando que vos é necessário agradar santamente ao Deus poderoso em justiça, verdade e generosidade, mantendo a concórdia pelo esquecimento da injúria, no amor e na paz, com constante modéstia, como também nossos pais que, como mencionamos, Lhe agradaram, mantendo-se humildes na conduta para com o Pai, Deus e Criador, e para com todos os homens.

3 Tivemos tanto mais gosto em recordá-lo quanto mais sabíamos estar escrevendo a homens de fé e consideração, que se aprofundaram nas máximas do ensinamento de Deus.

CAPÍTULO LXIII

1 É certo, assim, nos orientarmos por tais e tão grandes exemplos. Curvemos nossa cabeça e ocupemos o lugar da obediência, para acalmarmos a vã revolta e atingirmos com lisura a meta proposta dentro da verdade.

2 Haveis de nos proporcionar alegria e prazer se vos submeterdes ao que escrevemos pelo Espírito Santo, cortando pela raiz a ira nascida do ciúme, conforme o pedido de paz e concórdia que vos fazemos por esta carta.

3 Enviamo-vos homens de confiança e prudentes que, desde a juventude até a idade mais avançada, tiveram uma conduta irrepreensível entre nós, e que servirão de testemunhas entre vós e nós.

4Assim fizemos para que saibais que toda a nossa preocupação ia e continua indo no sentido de que se restabeleça imediatamente a paz entre vós.

CAPÍTULO LXIV

1 No restante, que Deus, que tudo enxerga, Senhor dos espíritos, Dono de toda carne e que escolheu o Senhor Jesus Cristo e a nós por Ele, conceda a toda alma que tiver invocado o Seu Nome magnífico e santo, fé, temor, paz, paciência, generosidade, continência, pureza e prudência para agradar ao Seu Nome pelo Sumo-Sacerdote e nosso chefe, Jesus Cristo, pelo qual Lhe seja rendida glória, majestade, poder e honra, agora e por todos os séculos dos séculos. Amém.

CAPÍTULO LXV

1 Aos nossos enviados, Cláudio Efebo e Valério Bito, junto com Fortunato, enviai-os rapidamente de volta na paz e com alegria, para que logo nos tragam notícias sobre a harmonia e paz, pela qual tanto rezamos e suplicamos e assim, mais depressa, nos alegremos da boa ordem entre vós.

2 A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja convosco e com todos os eleitos de Deus, através Dele por toda a parte. Por Jesus, seja dada a Deus glória, honra, poder e majestade, o trono eterno, desde todos os séculos e para todos os séculos dos séculos. Amém

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

PRIMEIRO CLEMENTE continuação CAP XXX


CAPÍTULO XXX .. continuação


1 Uma vez que formamos a porção santa, façamos tudo o que leva à santificação. Fujamos da maledicência, abraços impuros e impúdicos, bebedeiras, modismos temporários, cobiças abomináveis, adultério detestável e soberba hedionda.

2 Pois Deus, como se lê, resiste aos soberbos, porém, concede graça aos humildes.

3 Portanto, unamo-nos àqueles a quem Deus concede a graça. Revistamo-nos de concórdia, sejamos continentes humildes, mantendo-nos afastados de toda murmuração e calúnia, justificando-nos mais pelas obras do que pelas palavras.

4 Pois assim se diz: "Quem muito fala, terá resposta. Qual homem eloqüênte imaginaria que isso fosse justo?"

5 Bem-aventurado o homem, nascido de mulher, que vive pouco. Não te tornes pródigo em palavras.

6 Venha nosso louvor de Deus e não de nós. Deus odeia aquele que louva a si próprio.

7 O testemunho de nossas boas ações seja dado pelos outros, como assim também aconteceu com nossos pais, que foram justos.

8 A arrogância, a presunção e a audácia se assentam sobre aqueles que foram malditos por Deus. A discrição, a humildade e a mansidão habitam junto daqueles que foram abençoados por Deus. - Terceira parte..

CAPÍTULO XXXI

1 Dessa forma, desejemos a bênção Dele e vejamos quais são os caminhos que levam à bênção. Voltemos aos acontecimentos desde o princípio.

2 Por que nosso pai Abraão foi abençoado? Não seria porque ele praticou a justiça e a verdade pela fé?

3 Isaac, conhecendo o porvir e cheio de confiança, deixou-se levar alegremente ao sacrifício.

4 Jacó, humildemente, abandonou a terra por causa de seu irmão e foi para junto de Labão, vivendo ali como seu servo, recebendo os doze cetros de Israel.

CAPÍTULO XXXII

1 Se alguém refletir com sinceridade sobre cada uma dessas coisas, reconhecerá a magnificência dos dons de Deus a Jacó.

2 É dele que procederão todos os sacerdotes e levitas que servirão ao altar de Deus. Dele [procede] o Senhor Jesus, segundo a carne. Dele [procede], através de Judas, os reis, príncipes e chefes. Por sua vez, os outros cetros de Jacó também gozarão de não pouca honra, uma vez que Deus anunciou: "Tua descendência será numerosa como as estrelas do céu".

3 Assim, todos atingiram à glória e à grandeza, não por si mesmos, nem por suas obras ou pela justiça praticada, mas por vontade Dele.

4 Também igualmente entre nós, que fomos chamados por Sua vontade em Cristo Jesus, já que não nos justificamos a nós mesmos, nem por nossa sabedoria ou inteligência, ou pela piedade ou obras que tenhamos praticado na santidade do coração, mas através da fé, pela qual o Deus todo-poderoso justificou a todos desde sempre: a Ele, a glória pelos séculos dos séculos. mém.

CAPÍTULO XXXIII

1 Então, o que faremos, irmãos? Deveríamos renunciar à prática do bem e desertar de Seu amor? Jamais permita o Senhor que isso aconteça conosco. Ao contrário, devemos nos esforçar para cumprir toda a obra boa com disponibilidade entusiástica,

2 já que o próprio Criador e Senhor de tudo se regozija de suas obras.

3 Foi Ele que firmou os céus com poder soberano e os ornamentou com inesgotável sabedoria. Separou, também, a terra da água que a cerca, assentando-a sobre a firmeza de Sua própria vontade. Aos animais que povoam [a terra], chamou-os à existência por sua ordem. Ele fez o mar e os seres que nele habitam, encerrando-os aí com seu poder.

4 Além disso tudo, com Suas mãos santas e puras, Ele modelou a mais excelente, a maior de Suas obras: o homem. E imprimiu nele os traços de Sua própria imagem,

5 pois assim falou Deus: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. E Deus criou o homem; varão e mulher os criou".

6 E, enfim, quando terminou todas essas obras, achou-as boas, abençoou-as e lhes disse: "Crescei e multiplicai-vos".

7 Reparemos que todos os justos ornamentaram-se de boas obras e também o próprio Senhor teve prazer em ornar-se com boas obras.

8 Já que temos tal exemplo, submetemo-nos sem demora à sua vontade e, com todas as forças, pratiquemos as obras da justiça.

CAPÍTULO XXXIV

1 O bom trabalhador aceita, desinibidamente, o pão que ganhou com seu trabalho. Já o preguiçoso e negligente foge do olhar de seu senhor.

2 Portanto, é necessário que estejamos dispostos a executar as boas obras, já que elas derivam Dele.

3 E foi assim que nos preveniu: "Eis o Senhor! Sua recompensa está diante Dele, para retribuir a cada um conforme suas obras".

4 Assim nos exorta a confiarmos Nele de todo o coração, para que não sejamos preguiçosos nem indolentes para nenhuma boa obra.

5 Nossa glória e segurança estão Nele! Submetamo-nos à sua vontade! Pensemos no grande número de anjos que estão prontos para servirem à Sua vontade.

6 Assim diz a Escritura: "Milhares e milhares estavam diante dele e centenas de milhares o serviam e clamavam: 'Santo, Santo, Santo é o Senhor dos exércitos. Toda a criação está cheia de sua glória'".

7 Também nós, reunidos harmoniosamente com a mesma finalidade, conscientes de nosso dever, clamamos a ele sem nos cansarmos, numa só voz, para nos tornarmos participantes das Suas grandiosas e magníficas promessas,

8 pois é Ele quem diz: "Nenhum olho viu, nenhum ouvido escutou e nenhum coração humano penetrou o que Deus de grande preparou para os que Nele confiam."

CAPÍTULO XXXV

1 Meus amados, como são ricos e admiráveis os presentes de Deus!

2 Vida em imortalidade, esplendor em justiça, verdade em liberdade, fé em confiança, continência em santidade... e tudo isso chegou ao nosso conhecimento.

3 Então, o que não há de estar preparado para os que nele aguardam? O Criador e Pai dos séculos, o próprio Santíssimo conhece a grandeza e a beleza de seus dons.

4 Lutemos, assim, para sermos contados no número dos que Nele esperam, para nos tornarmos participantes de Seus dons prometidos.

5 Porém, como dar-se-á isso, amados? Fixando nossa mente com confiança em Deus, procurando o que Lhe é agradável e aceito, cumprindo o que convém à Sua santa vontade, seguindo o caminho da verdade, afastando de nós toda injustiça, maldade, ambição, dissensões, malignidade, dolos, murmurações, difamações, recusas de Deus, soberba, jactância, vaidade e falta de hospitalidade.

6 Os praticantes de tais obras são réus do ódio de Deus, [mas] não apenas os que as praticam, como também quem as aprovam.

7 Assim diz a Escritura: "Porém Deus disse ao pecador: 'Para que explicas os meus mandamentos e pronuncias sobre a minha aliança?

8 Detestaste a disciplina e abandonaste minhas palavras. Quando vias um ladrão, corrias com ele; combináveis com os adúlteros. Tua boca estava cheia de malícia e tua língua provocava enganos. Tranqüilamente difamavas teu irmão e entregavas ao escândalo o filho de tua mãe.

9 Era o que fazias enquanto Eu me calava. Impiamente supunhas que Sou semelhante a ti.

10 Hei de confundir e obrigar-te a ver-te de frente.

11 Compreendei, afinal, estas coisas, vós que esqueceis de Deus, para que não vos arrebate como um leão e já não se encontre quem vos liberte.

12 Um sacrifício de louvor há de Me glorificar e aí está o caminho no qual lhe mostrarei a salvação de Deus'".

CAPÍTULO XXXVI

1 Amados irmãos, este é o caminho no qual encontramos a nossa salvação: Jesus Cristo, o sumo-sacerdote de nossas oferendas, o protetor e auxílio em nossa fraqueza.

2 Por ele, olhamos para o alto dos céus. Através dele, descobrimos a face imaculada e soberana de Deus. Através dele, abriram-se os olhos do nosso coração. Através dele, nossa inteligência obtusa e obscura se abre ao encontro da luz. Através dele, o Senhor quis que saboreássemos do conhecimento imortal. Sendo Ele o esplendor de Sua grandeza, é tanto maior que os anjos, tendo recebido em herança um nome superior ao deles.

3 Pois assim está escrito: "Aquele que fez os ventos serem seus anjos e as chamas do fogo serem seus servos".

4 Assim falou o Senhor a respeito de seu Filho: "Meu Filho és tu. Hoje Eu te gerei: pede-Me e Eu te darei as nações como herança e os confins da terra como possessão".

5 E outra vez Lhe diz: "Senta-te à minha direita, até que ponha teus inimigos como escabelo de teus pés".

6 Quem seriam estes inimigos? [Certamente,] os maus e os que se opõem à Sua vontade.

CAPÍTULO XXXVII

1 Irmãos, militemos com todo entusiasmo sob Suas ordens indiscutíveis.

2 Observemos nos soldados que servem sob as bandeiras dos nossos imperadores, como cumprem as ordens com disciplina, prontidão e submissão.

3 Nem todos são comandantes, nem todos são chefes de mil, nem chefes de cem, nem chefes de cinqüenta e assim por diante, mas cada qual cumpre, em seu próprio posto, as ordens emanadas pelo chefe supremo e demais autoridades.

4 Os grandes nada podem sem os pequenos e os pequenos nada podem sem os grandes. Em tudo existe alguma mistura e aí está a vantagem.

5 Exemplifiquemos com o nosso corpo: a cabeça sem os pés nada é; nem, tampouco, os pés sem a cabeça. Até os menores membros do corpo são úteis e necessários ao resto do corpo. Todos convivem e atuam em submissão unânime para salvarem todo o corpo.

CAPÍTULO XXXVIII

1 Que se conserve, portanto, por inteiro o corpo que formamos em Jesus Cristo e cada um se submeta a seu próximo, conforme o carisma que lhe foi dado.

2 O forte cuide do fraco e o fraco, por sua vez, respeite o forte. O rico preste serviço ao pobre e o pobre, por sua vez, renda graças a Deus, que lhe deu o suficiente para suprir sua falta. O sábio manifeste sua sabedoria não por palavras, mas por obras. O humilde não dê testemunho de si mesmo, mas permita que o outro o dê a seu favor. O casto em sua carne não se envaideça pois sabe que é Outro quem lhe dá a continência.

3 Afinal, irmãos, analisemos de que matéria fomos feitos, como e quem fomos ao entrarmos no mundo, de que sepulcro e escuridão nosso oleiro e criador nos tirou para nos introduzir em Seu mundo, Ele que preparou para nós todos os Seus dons antes mesmo que nascêssemos.

4 Já que temos tudo isso Dele, devemos render-Lhe graças por tudo. A Ele, a glória pelos séculos. Amém.

CAPÍTULO XXXIX

1 Ignorantes e insensatos, loucos e incultos zombam e escarnecem de nós, querendo dar importância às suas idéias.

2 O quanto pode um mortal, qual a força de alguém que nasceu da terra?

3 Está escrito: "Não havia forma aos meus olhos, mas percebi um hálito e uma voz que dizia:

4 "Como haveria de ser puro um mortal diante do Senhor ou irrepreensível um homem por causa de suas obras? Se nem Deus pode confiar em seus servos e se junto a seus anjos encontrou algo de errado?"

5 Nem o céu é puro diante Dele, como, então, poderiam ser [puros] os hóspedes dos ranchos de barro, aos quais pertencemos, sendo nós do mesmo barro? Esmagou-os como vermes e entre a manhã e a noite deixaram de existir. Pereceram porque não podem se ajudar por si próprios.

6 Soprou sobre eles e morreram por não terem sabedoria.

7 Grita! Talvez alguém te escute ou vejas algum dos santos anjos. Realmente a cólera consome o tolo e o ciúme mata aquele que se desviou.

8 Tenho visto alguns tolos deitando raízes, mas logo são consumidos como alimento.

9 Que seus filhos sejam mantidos longe da salvação, que sejam desprezados ao baterem à porta dos humildes e não se encontre quem os liberte. Aquilo que para eles estava preparado seja alimento dos justos, não encontrando eles saídas para seus males".

CAPÍTULO XL

1 Sendo óbvias todas essas coisas e tendo nós sondado as profundezas do conhecimento de Deus, devemos fazer com ordem tudo aquilo que o Senhor nos mandou cumprir nos tempos determinados:

2 Mandou-nos oferecer os sacrifícios e celebrar o culto, não ao acaso ou desordenadamente, mas com tempos e horas marcadas.

3 Foi Ele quem fixou, por sua decisão altíssima, onde e quais ministros deverão fazê-los, para que tudo fosse feito de forma santa, sendo aceito por sua vontade.

4 Aqueles que fazem suas oferendas dentro dos tempos determinados, são-Lhe agradáveis e abençoados, já que seguem as determinações do Senhor e não pecam.

5 Pois ao sumo-sacerdote foram confiadas tarefas particulares, aos sacerdotes um lugar próprio, aos levitas certos serviços e o leigo liga-se pelas ordenações exclusivas dos leigos.

CAPÍTULO XLI

1 Irmãos, cada qual de nós agrade o Senhor em sua função, vivendo em boa consciência, não transgredindo as regras de seu ofício e exercendo-o com toda a dignidade.

2 Irmãos, nem por toda parte são oferecidos sacrifícios perpétuos ou votivos, de expiação e remissão, mas apenas em Jerusalém. E lá mesmo não se oferece em qualquer parte, mas apenas na frente do santuário, sobre o altar, e só depois que o sumo-sacerdote e os seus auxiliares, acima mencionados, examinarem atenciosamente a oferenda.

3 Aqueles que praticam algo contra aquilo que agrada Sua vontade recebem a morte como castigo.

4 Irmãos, vede que, quanto maior o conhecimento com que somos distingüidos, maior o perigo a que nos expomos.

CAPÍTULO XLII

1 Os apóstolos receberam em nosso favor a boa-nova da parte do Senhor Jesus Cristo. E Jesus Cristo foi enviado por Deus.

2 Portanto, Cristo vem de Deus e os apóstolos [vêm] de Cristo. Esta dupla missão realizou-se em perfeita ordem por vontade de Deus.

3 Munidos de instruções e plenamente assegurados pela ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, confiantes na Palavra de Deus, saíram a evangelizar a próxima vinda do Reino de Deus na plenitude do Espírito Santo.

4 Assim, proclamando a palavra nos campos e nas cidades, estabeleceram suas primícias, como bispos e diáconos, dos futuros fiéis, após prová-los pelo Espírito.

5 E não se trata de inovação... há séculos que as Escrituras falam de bispos e diáconos, pois assim se lê em algum lugar: "Quero estabelecer os bispos deles na justiça e os seus diáconos na fé".

CAPÍTULO XLIII

1 Por que estranhar que os apóstolos, a quem Cristo confiou, da parte de Deus, tal obra, tenham instituído os acima mencionados? Ora, até o bem-aventurado e servo fiel em toda casa, Moisés, assinalou tudo o que lhe fôra ordenado nos santos livros. Seguiram-no os demais profetas, juntando os seus testemunhos às leis por ele instituídas.

2 No momento de irromper o ciúme a respeito do sacerdócio e de se disputarem as tribos, isto é, qual delas deveria ostentar esse título glorioso, ordenou ele aos doze chefes de tribo que lhe trouxessem bastões com o nome de cada tribo gravado. Tomando tais bastões, amarrou-os, assinalou-os com os anéis dos chefes e os depositou sobre a mesa de Deus na tenda do testemunho.

3 Então fechou a tenda, selando as chaves da mesma forma que os bastões.

4 Disse-lhes, então: "Irmãos, a tribo cujo bastão brotar será a escolhida por Deus para exercer o sacerdócio e ministrar seu culto".

5 Ao amanhecer, reuniu todo Israel, os seiscentos mil homens, mostrou os selos aos chefes, abriu a tenda do testemunho e retirou os bastões. E ocorreu que o bastão de Aarão não só germinara como também produzira fruto.

8 Então, o que lhes parece, irmãos? Acaso Moisés não sabia, previamente, que era isso o que ocorreria? Sem dúvida sabia-o. Mas, para que não irrompesse uma revolta em Israel, agiu dessa maneira, para que fosse glorificado o nome do verdadeiro e único Deus. A Ele, a glória pelos séculos dos séculos. Amém.

CAPÍTULO XLIV

1 Também os apóstolos sabiam, por Nosso Senhor Jesus Cristo, que haveria contestações a respeito da dignidade episcopal.

2 Por tal motivo e como tivessem pleno conhecimento do porvir, estabeleceram os acima mencionados e deram, além disso, instruções no sentido de que, após a morte deles, outros homens comprovados lhes sucedessem em seu ministério.

3 Os que assim foram instituídos por eles ou, mais tarde, por outros eminentes homens com a aprovação de toda a Igreja, servindo de modo irrepreensível ao rebanho de Cristo, com humildade, pacífica e abnegadamente, recebendo o testemunho favorável por longo tempo e da parte de todos, não é justo, em nossa opinão, serem depostos de seus ministérios.

4 E não será pequena a nossa falta se depusermos do episcopado aqueles que ofereceram, de maneira santa e irrepreensível, os sacrifícios.

5 Bem-aventurados os presbíteros que nos precederam na caminhada e terminaram sua jornada carregados de frutos e perfeição. Não têm a temer que alguém os remova do lugar para eles preparado.

6 Vemos que vós afastastes a alguns de boa índole de um ministério que eles honraram de forma digna.

CAPÍTULO XLV

1 Irmãos, cheios de zelo, disputai pelas coisas que levam à salvação.

2 Vós vos aprofundastes nas verdadeiras Escrituras Sagradas, que nos vêm do Espírito Santo.

3 Sabeis que elas não são injustas, nem contêm falsificação. Lá não encontrareis que homens justos foram depostos por homens santos.

4 Ao contrário, os justos foram perseguidos por pecadores, foram encarcerados por ímpios, foram apedrejados por trasgressores da lei, foram assassinados por homens cheios de ciúmes abomináveis e criminosos.

5 Tais sofrimentos eles suportam com glória.

6 O que diríamos então, irmãos? Acaso Daniel foi lançado à cova por homens tementes a Deus?

7 E quanto a Ananias, Azarias e Misael: foram eles lançados à fornalha ardente por homens que praticavam o culto excelso e glorioso do Altíssimo? De modo algum! Então, quem praticou tais coisas? Foram indivíduos odiosos, cheios de maldade e que nutriam tal fúria que mandavam à tortura todos aqueles que serviam a Deus com santa e irrepreensível intenção, esquecendo-se que o Altíssimo é defensor e escudo daqueles que servem a seu Santíssimo Nome com consciência pura. A Ele, a glória pelos séculos dos séculos. Amém.

8 Os que perseveraram na paciência, receberam glória e honra como herança, foram exaltados e inscritos no livro da memória de Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém. - Quarta parte..

CAPÍTULO XLVI

1 Irmãos, temos que nos apegar a tais exemplos,

2 pois está escrito: "Apegai-vos aos santos porque os que a eles se apegam serão santificados".

3 E, de novo, em outra parte, se diz: "Junto ao homem puro serás puro. Junto ao eleito serás eleito. Junto ao perverso serás perverso".

4 Apeguemo-nos, pois, aos puros e justos porque são esses os eleitos de eus.

5 Por que entre vós existem disputas, ódios, contendas, cismas e guerras?

6 Acaso não temos um só Deus, um só Cristo e um só Espírito da graça derramado sobre nós e uma só vocação em Cristo?

7 Por que insistimos em separar e despedaçar os membros de Cristo, nos revoltando contra o próprio corpo, chegando a uma loucura tal que nos esquecemos que somos membros uns dos outros? Lembrai-vos das palavras de Nosso Senhor Jesus,

8 porque foi Ele quem disse: "Ai daquele homem! Melhor seria que não tivesse nascido do que escandalizar um dos meus eleitos. Mais lhe valeria amarrar uma pedra em seu pescoço e afundar no mar do que perverter um dos meus eleitos".

9 Vosso cisma perverteu a muitos, atirou muitos no desânimo, colocou muitos na dúvida, entristeceu-nos a todos. E vossa revolta se prolonga...

CAPÍTULO XLVII

1 Tornai a ler a epístola do bem-aventurado apóstolo Paulo.

2 O que vos escreveu primeiro, no início do evangelho?

3 Na verdade, estava ele inspirado pelo Espírito quando vos comunicou normas sobre si próprio, sobre Cefas e Apolo, pois já então formáveis partidos.

4 Mas o partidarismo daquele tempo importou num pecado muito menor para vós já que vos agrupáveis em torno dos apóstolos e de um homem aprovado por eles.

5 Refleti, porém: quem são os que vos pervertem neste momento e como enfraqueceram o renome da vossa caridade tão celebrada por todos.

6 Uma vergonha, meus caros, uma vergonha muito grande e indigna de uma conduta em Cristo ouvir-se que a Igreja dos coríntios, tão inabalável e antiga, se rebele contra os presbíteros por causa de uma ou duas pessoas.

7 E tal rumor não chegou apenas até nós, mas atingiu também a outros que possuem as mesmas convicções que nós, a ponto de se proferirem blasfêmias ao nome do Senhor por causa da vossa insensatez, por armar perigo para vós próprios.

CAPÍTULO XLVIII

1 Arranquemos esse mal o mais rápido possível. Lancemo-nos aos pés do Senhor e peçamos-lhe, entre lágrimas, que se compadeça de nós, reconciliando-se conosco, trazendo-nos de volta a uma prática santa e pura de nossa fraternidade.

2 Porque é esta a porta da justiça aberta para a vida, conforme está escrito: "Abri-me as portas da justiça: por elas quero entrar e louvar o Senhor.

3 É esta a porta do Senhor: por ela entrarão os justos".

4 Entre as muitas portas abertas, a porta da justiça é a porta de Cristo. Bem-aventurados todos aqueles que entram por ela e guiam seus passos na santidade e justiça, cumprindo todas as coisas impertubavelmente.

5 Que alguém tenha fé, que seja capaz de expor o conhecimento, que seja sábio em discernir os discursos, que seja santo em suas ações.

6 Quanto maior parecer, mais se deve ser humilde, procurando o proveito de todos e não o próprio.

CAPÍTULO XLIX..continua