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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

PRIMEIRO CLEMENTE continuação CAP XXX


CAPÍTULO XXX .. continuação


1 Uma vez que formamos a porção santa, façamos tudo o que leva à santificação. Fujamos da maledicência, abraços impuros e impúdicos, bebedeiras, modismos temporários, cobiças abomináveis, adultério detestável e soberba hedionda.

2 Pois Deus, como se lê, resiste aos soberbos, porém, concede graça aos humildes.

3 Portanto, unamo-nos àqueles a quem Deus concede a graça. Revistamo-nos de concórdia, sejamos continentes humildes, mantendo-nos afastados de toda murmuração e calúnia, justificando-nos mais pelas obras do que pelas palavras.

4 Pois assim se diz: "Quem muito fala, terá resposta. Qual homem eloqüênte imaginaria que isso fosse justo?"

5 Bem-aventurado o homem, nascido de mulher, que vive pouco. Não te tornes pródigo em palavras.

6 Venha nosso louvor de Deus e não de nós. Deus odeia aquele que louva a si próprio.

7 O testemunho de nossas boas ações seja dado pelos outros, como assim também aconteceu com nossos pais, que foram justos.

8 A arrogância, a presunção e a audácia se assentam sobre aqueles que foram malditos por Deus. A discrição, a humildade e a mansidão habitam junto daqueles que foram abençoados por Deus. - Terceira parte..

CAPÍTULO XXXI

1 Dessa forma, desejemos a bênção Dele e vejamos quais são os caminhos que levam à bênção. Voltemos aos acontecimentos desde o princípio.

2 Por que nosso pai Abraão foi abençoado? Não seria porque ele praticou a justiça e a verdade pela fé?

3 Isaac, conhecendo o porvir e cheio de confiança, deixou-se levar alegremente ao sacrifício.

4 Jacó, humildemente, abandonou a terra por causa de seu irmão e foi para junto de Labão, vivendo ali como seu servo, recebendo os doze cetros de Israel.

CAPÍTULO XXXII

1 Se alguém refletir com sinceridade sobre cada uma dessas coisas, reconhecerá a magnificência dos dons de Deus a Jacó.

2 É dele que procederão todos os sacerdotes e levitas que servirão ao altar de Deus. Dele [procede] o Senhor Jesus, segundo a carne. Dele [procede], através de Judas, os reis, príncipes e chefes. Por sua vez, os outros cetros de Jacó também gozarão de não pouca honra, uma vez que Deus anunciou: "Tua descendência será numerosa como as estrelas do céu".

3 Assim, todos atingiram à glória e à grandeza, não por si mesmos, nem por suas obras ou pela justiça praticada, mas por vontade Dele.

4 Também igualmente entre nós, que fomos chamados por Sua vontade em Cristo Jesus, já que não nos justificamos a nós mesmos, nem por nossa sabedoria ou inteligência, ou pela piedade ou obras que tenhamos praticado na santidade do coração, mas através da fé, pela qual o Deus todo-poderoso justificou a todos desde sempre: a Ele, a glória pelos séculos dos séculos. mém.

CAPÍTULO XXXIII

1 Então, o que faremos, irmãos? Deveríamos renunciar à prática do bem e desertar de Seu amor? Jamais permita o Senhor que isso aconteça conosco. Ao contrário, devemos nos esforçar para cumprir toda a obra boa com disponibilidade entusiástica,

2 já que o próprio Criador e Senhor de tudo se regozija de suas obras.

3 Foi Ele que firmou os céus com poder soberano e os ornamentou com inesgotável sabedoria. Separou, também, a terra da água que a cerca, assentando-a sobre a firmeza de Sua própria vontade. Aos animais que povoam [a terra], chamou-os à existência por sua ordem. Ele fez o mar e os seres que nele habitam, encerrando-os aí com seu poder.

4 Além disso tudo, com Suas mãos santas e puras, Ele modelou a mais excelente, a maior de Suas obras: o homem. E imprimiu nele os traços de Sua própria imagem,

5 pois assim falou Deus: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. E Deus criou o homem; varão e mulher os criou".

6 E, enfim, quando terminou todas essas obras, achou-as boas, abençoou-as e lhes disse: "Crescei e multiplicai-vos".

7 Reparemos que todos os justos ornamentaram-se de boas obras e também o próprio Senhor teve prazer em ornar-se com boas obras.

8 Já que temos tal exemplo, submetemo-nos sem demora à sua vontade e, com todas as forças, pratiquemos as obras da justiça.

CAPÍTULO XXXIV

1 O bom trabalhador aceita, desinibidamente, o pão que ganhou com seu trabalho. Já o preguiçoso e negligente foge do olhar de seu senhor.

2 Portanto, é necessário que estejamos dispostos a executar as boas obras, já que elas derivam Dele.

3 E foi assim que nos preveniu: "Eis o Senhor! Sua recompensa está diante Dele, para retribuir a cada um conforme suas obras".

4 Assim nos exorta a confiarmos Nele de todo o coração, para que não sejamos preguiçosos nem indolentes para nenhuma boa obra.

5 Nossa glória e segurança estão Nele! Submetamo-nos à sua vontade! Pensemos no grande número de anjos que estão prontos para servirem à Sua vontade.

6 Assim diz a Escritura: "Milhares e milhares estavam diante dele e centenas de milhares o serviam e clamavam: 'Santo, Santo, Santo é o Senhor dos exércitos. Toda a criação está cheia de sua glória'".

7 Também nós, reunidos harmoniosamente com a mesma finalidade, conscientes de nosso dever, clamamos a ele sem nos cansarmos, numa só voz, para nos tornarmos participantes das Suas grandiosas e magníficas promessas,

8 pois é Ele quem diz: "Nenhum olho viu, nenhum ouvido escutou e nenhum coração humano penetrou o que Deus de grande preparou para os que Nele confiam."

CAPÍTULO XXXV

1 Meus amados, como são ricos e admiráveis os presentes de Deus!

2 Vida em imortalidade, esplendor em justiça, verdade em liberdade, fé em confiança, continência em santidade... e tudo isso chegou ao nosso conhecimento.

3 Então, o que não há de estar preparado para os que nele aguardam? O Criador e Pai dos séculos, o próprio Santíssimo conhece a grandeza e a beleza de seus dons.

4 Lutemos, assim, para sermos contados no número dos que Nele esperam, para nos tornarmos participantes de Seus dons prometidos.

5 Porém, como dar-se-á isso, amados? Fixando nossa mente com confiança em Deus, procurando o que Lhe é agradável e aceito, cumprindo o que convém à Sua santa vontade, seguindo o caminho da verdade, afastando de nós toda injustiça, maldade, ambição, dissensões, malignidade, dolos, murmurações, difamações, recusas de Deus, soberba, jactância, vaidade e falta de hospitalidade.

6 Os praticantes de tais obras são réus do ódio de Deus, [mas] não apenas os que as praticam, como também quem as aprovam.

7 Assim diz a Escritura: "Porém Deus disse ao pecador: 'Para que explicas os meus mandamentos e pronuncias sobre a minha aliança?

8 Detestaste a disciplina e abandonaste minhas palavras. Quando vias um ladrão, corrias com ele; combináveis com os adúlteros. Tua boca estava cheia de malícia e tua língua provocava enganos. Tranqüilamente difamavas teu irmão e entregavas ao escândalo o filho de tua mãe.

9 Era o que fazias enquanto Eu me calava. Impiamente supunhas que Sou semelhante a ti.

10 Hei de confundir e obrigar-te a ver-te de frente.

11 Compreendei, afinal, estas coisas, vós que esqueceis de Deus, para que não vos arrebate como um leão e já não se encontre quem vos liberte.

12 Um sacrifício de louvor há de Me glorificar e aí está o caminho no qual lhe mostrarei a salvação de Deus'".

CAPÍTULO XXXVI

1 Amados irmãos, este é o caminho no qual encontramos a nossa salvação: Jesus Cristo, o sumo-sacerdote de nossas oferendas, o protetor e auxílio em nossa fraqueza.

2 Por ele, olhamos para o alto dos céus. Através dele, descobrimos a face imaculada e soberana de Deus. Através dele, abriram-se os olhos do nosso coração. Através dele, nossa inteligência obtusa e obscura se abre ao encontro da luz. Através dele, o Senhor quis que saboreássemos do conhecimento imortal. Sendo Ele o esplendor de Sua grandeza, é tanto maior que os anjos, tendo recebido em herança um nome superior ao deles.

3 Pois assim está escrito: "Aquele que fez os ventos serem seus anjos e as chamas do fogo serem seus servos".

4 Assim falou o Senhor a respeito de seu Filho: "Meu Filho és tu. Hoje Eu te gerei: pede-Me e Eu te darei as nações como herança e os confins da terra como possessão".

5 E outra vez Lhe diz: "Senta-te à minha direita, até que ponha teus inimigos como escabelo de teus pés".

6 Quem seriam estes inimigos? [Certamente,] os maus e os que se opõem à Sua vontade.

CAPÍTULO XXXVII

1 Irmãos, militemos com todo entusiasmo sob Suas ordens indiscutíveis.

2 Observemos nos soldados que servem sob as bandeiras dos nossos imperadores, como cumprem as ordens com disciplina, prontidão e submissão.

3 Nem todos são comandantes, nem todos são chefes de mil, nem chefes de cem, nem chefes de cinqüenta e assim por diante, mas cada qual cumpre, em seu próprio posto, as ordens emanadas pelo chefe supremo e demais autoridades.

4 Os grandes nada podem sem os pequenos e os pequenos nada podem sem os grandes. Em tudo existe alguma mistura e aí está a vantagem.

5 Exemplifiquemos com o nosso corpo: a cabeça sem os pés nada é; nem, tampouco, os pés sem a cabeça. Até os menores membros do corpo são úteis e necessários ao resto do corpo. Todos convivem e atuam em submissão unânime para salvarem todo o corpo.

CAPÍTULO XXXVIII

1 Que se conserve, portanto, por inteiro o corpo que formamos em Jesus Cristo e cada um se submeta a seu próximo, conforme o carisma que lhe foi dado.

2 O forte cuide do fraco e o fraco, por sua vez, respeite o forte. O rico preste serviço ao pobre e o pobre, por sua vez, renda graças a Deus, que lhe deu o suficiente para suprir sua falta. O sábio manifeste sua sabedoria não por palavras, mas por obras. O humilde não dê testemunho de si mesmo, mas permita que o outro o dê a seu favor. O casto em sua carne não se envaideça pois sabe que é Outro quem lhe dá a continência.

3 Afinal, irmãos, analisemos de que matéria fomos feitos, como e quem fomos ao entrarmos no mundo, de que sepulcro e escuridão nosso oleiro e criador nos tirou para nos introduzir em Seu mundo, Ele que preparou para nós todos os Seus dons antes mesmo que nascêssemos.

4 Já que temos tudo isso Dele, devemos render-Lhe graças por tudo. A Ele, a glória pelos séculos. Amém.

CAPÍTULO XXXIX

1 Ignorantes e insensatos, loucos e incultos zombam e escarnecem de nós, querendo dar importância às suas idéias.

2 O quanto pode um mortal, qual a força de alguém que nasceu da terra?

3 Está escrito: "Não havia forma aos meus olhos, mas percebi um hálito e uma voz que dizia:

4 "Como haveria de ser puro um mortal diante do Senhor ou irrepreensível um homem por causa de suas obras? Se nem Deus pode confiar em seus servos e se junto a seus anjos encontrou algo de errado?"

5 Nem o céu é puro diante Dele, como, então, poderiam ser [puros] os hóspedes dos ranchos de barro, aos quais pertencemos, sendo nós do mesmo barro? Esmagou-os como vermes e entre a manhã e a noite deixaram de existir. Pereceram porque não podem se ajudar por si próprios.

6 Soprou sobre eles e morreram por não terem sabedoria.

7 Grita! Talvez alguém te escute ou vejas algum dos santos anjos. Realmente a cólera consome o tolo e o ciúme mata aquele que se desviou.

8 Tenho visto alguns tolos deitando raízes, mas logo são consumidos como alimento.

9 Que seus filhos sejam mantidos longe da salvação, que sejam desprezados ao baterem à porta dos humildes e não se encontre quem os liberte. Aquilo que para eles estava preparado seja alimento dos justos, não encontrando eles saídas para seus males".

CAPÍTULO XL

1 Sendo óbvias todas essas coisas e tendo nós sondado as profundezas do conhecimento de Deus, devemos fazer com ordem tudo aquilo que o Senhor nos mandou cumprir nos tempos determinados:

2 Mandou-nos oferecer os sacrifícios e celebrar o culto, não ao acaso ou desordenadamente, mas com tempos e horas marcadas.

3 Foi Ele quem fixou, por sua decisão altíssima, onde e quais ministros deverão fazê-los, para que tudo fosse feito de forma santa, sendo aceito por sua vontade.

4 Aqueles que fazem suas oferendas dentro dos tempos determinados, são-Lhe agradáveis e abençoados, já que seguem as determinações do Senhor e não pecam.

5 Pois ao sumo-sacerdote foram confiadas tarefas particulares, aos sacerdotes um lugar próprio, aos levitas certos serviços e o leigo liga-se pelas ordenações exclusivas dos leigos.

CAPÍTULO XLI

1 Irmãos, cada qual de nós agrade o Senhor em sua função, vivendo em boa consciência, não transgredindo as regras de seu ofício e exercendo-o com toda a dignidade.

2 Irmãos, nem por toda parte são oferecidos sacrifícios perpétuos ou votivos, de expiação e remissão, mas apenas em Jerusalém. E lá mesmo não se oferece em qualquer parte, mas apenas na frente do santuário, sobre o altar, e só depois que o sumo-sacerdote e os seus auxiliares, acima mencionados, examinarem atenciosamente a oferenda.

3 Aqueles que praticam algo contra aquilo que agrada Sua vontade recebem a morte como castigo.

4 Irmãos, vede que, quanto maior o conhecimento com que somos distingüidos, maior o perigo a que nos expomos.

CAPÍTULO XLII

1 Os apóstolos receberam em nosso favor a boa-nova da parte do Senhor Jesus Cristo. E Jesus Cristo foi enviado por Deus.

2 Portanto, Cristo vem de Deus e os apóstolos [vêm] de Cristo. Esta dupla missão realizou-se em perfeita ordem por vontade de Deus.

3 Munidos de instruções e plenamente assegurados pela ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, confiantes na Palavra de Deus, saíram a evangelizar a próxima vinda do Reino de Deus na plenitude do Espírito Santo.

4 Assim, proclamando a palavra nos campos e nas cidades, estabeleceram suas primícias, como bispos e diáconos, dos futuros fiéis, após prová-los pelo Espírito.

5 E não se trata de inovação... há séculos que as Escrituras falam de bispos e diáconos, pois assim se lê em algum lugar: "Quero estabelecer os bispos deles na justiça e os seus diáconos na fé".

CAPÍTULO XLIII

1 Por que estranhar que os apóstolos, a quem Cristo confiou, da parte de Deus, tal obra, tenham instituído os acima mencionados? Ora, até o bem-aventurado e servo fiel em toda casa, Moisés, assinalou tudo o que lhe fôra ordenado nos santos livros. Seguiram-no os demais profetas, juntando os seus testemunhos às leis por ele instituídas.

2 No momento de irromper o ciúme a respeito do sacerdócio e de se disputarem as tribos, isto é, qual delas deveria ostentar esse título glorioso, ordenou ele aos doze chefes de tribo que lhe trouxessem bastões com o nome de cada tribo gravado. Tomando tais bastões, amarrou-os, assinalou-os com os anéis dos chefes e os depositou sobre a mesa de Deus na tenda do testemunho.

3 Então fechou a tenda, selando as chaves da mesma forma que os bastões.

4 Disse-lhes, então: "Irmãos, a tribo cujo bastão brotar será a escolhida por Deus para exercer o sacerdócio e ministrar seu culto".

5 Ao amanhecer, reuniu todo Israel, os seiscentos mil homens, mostrou os selos aos chefes, abriu a tenda do testemunho e retirou os bastões. E ocorreu que o bastão de Aarão não só germinara como também produzira fruto.

8 Então, o que lhes parece, irmãos? Acaso Moisés não sabia, previamente, que era isso o que ocorreria? Sem dúvida sabia-o. Mas, para que não irrompesse uma revolta em Israel, agiu dessa maneira, para que fosse glorificado o nome do verdadeiro e único Deus. A Ele, a glória pelos séculos dos séculos. Amém.

CAPÍTULO XLIV

1 Também os apóstolos sabiam, por Nosso Senhor Jesus Cristo, que haveria contestações a respeito da dignidade episcopal.

2 Por tal motivo e como tivessem pleno conhecimento do porvir, estabeleceram os acima mencionados e deram, além disso, instruções no sentido de que, após a morte deles, outros homens comprovados lhes sucedessem em seu ministério.

3 Os que assim foram instituídos por eles ou, mais tarde, por outros eminentes homens com a aprovação de toda a Igreja, servindo de modo irrepreensível ao rebanho de Cristo, com humildade, pacífica e abnegadamente, recebendo o testemunho favorável por longo tempo e da parte de todos, não é justo, em nossa opinão, serem depostos de seus ministérios.

4 E não será pequena a nossa falta se depusermos do episcopado aqueles que ofereceram, de maneira santa e irrepreensível, os sacrifícios.

5 Bem-aventurados os presbíteros que nos precederam na caminhada e terminaram sua jornada carregados de frutos e perfeição. Não têm a temer que alguém os remova do lugar para eles preparado.

6 Vemos que vós afastastes a alguns de boa índole de um ministério que eles honraram de forma digna.

CAPÍTULO XLV

1 Irmãos, cheios de zelo, disputai pelas coisas que levam à salvação.

2 Vós vos aprofundastes nas verdadeiras Escrituras Sagradas, que nos vêm do Espírito Santo.

3 Sabeis que elas não são injustas, nem contêm falsificação. Lá não encontrareis que homens justos foram depostos por homens santos.

4 Ao contrário, os justos foram perseguidos por pecadores, foram encarcerados por ímpios, foram apedrejados por trasgressores da lei, foram assassinados por homens cheios de ciúmes abomináveis e criminosos.

5 Tais sofrimentos eles suportam com glória.

6 O que diríamos então, irmãos? Acaso Daniel foi lançado à cova por homens tementes a Deus?

7 E quanto a Ananias, Azarias e Misael: foram eles lançados à fornalha ardente por homens que praticavam o culto excelso e glorioso do Altíssimo? De modo algum! Então, quem praticou tais coisas? Foram indivíduos odiosos, cheios de maldade e que nutriam tal fúria que mandavam à tortura todos aqueles que serviam a Deus com santa e irrepreensível intenção, esquecendo-se que o Altíssimo é defensor e escudo daqueles que servem a seu Santíssimo Nome com consciência pura. A Ele, a glória pelos séculos dos séculos. Amém.

8 Os que perseveraram na paciência, receberam glória e honra como herança, foram exaltados e inscritos no livro da memória de Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém. - Quarta parte..

CAPÍTULO XLVI

1 Irmãos, temos que nos apegar a tais exemplos,

2 pois está escrito: "Apegai-vos aos santos porque os que a eles se apegam serão santificados".

3 E, de novo, em outra parte, se diz: "Junto ao homem puro serás puro. Junto ao eleito serás eleito. Junto ao perverso serás perverso".

4 Apeguemo-nos, pois, aos puros e justos porque são esses os eleitos de eus.

5 Por que entre vós existem disputas, ódios, contendas, cismas e guerras?

6 Acaso não temos um só Deus, um só Cristo e um só Espírito da graça derramado sobre nós e uma só vocação em Cristo?

7 Por que insistimos em separar e despedaçar os membros de Cristo, nos revoltando contra o próprio corpo, chegando a uma loucura tal que nos esquecemos que somos membros uns dos outros? Lembrai-vos das palavras de Nosso Senhor Jesus,

8 porque foi Ele quem disse: "Ai daquele homem! Melhor seria que não tivesse nascido do que escandalizar um dos meus eleitos. Mais lhe valeria amarrar uma pedra em seu pescoço e afundar no mar do que perverter um dos meus eleitos".

9 Vosso cisma perverteu a muitos, atirou muitos no desânimo, colocou muitos na dúvida, entristeceu-nos a todos. E vossa revolta se prolonga...

CAPÍTULO XLVII

1 Tornai a ler a epístola do bem-aventurado apóstolo Paulo.

2 O que vos escreveu primeiro, no início do evangelho?

3 Na verdade, estava ele inspirado pelo Espírito quando vos comunicou normas sobre si próprio, sobre Cefas e Apolo, pois já então formáveis partidos.

4 Mas o partidarismo daquele tempo importou num pecado muito menor para vós já que vos agrupáveis em torno dos apóstolos e de um homem aprovado por eles.

5 Refleti, porém: quem são os que vos pervertem neste momento e como enfraqueceram o renome da vossa caridade tão celebrada por todos.

6 Uma vergonha, meus caros, uma vergonha muito grande e indigna de uma conduta em Cristo ouvir-se que a Igreja dos coríntios, tão inabalável e antiga, se rebele contra os presbíteros por causa de uma ou duas pessoas.

7 E tal rumor não chegou apenas até nós, mas atingiu também a outros que possuem as mesmas convicções que nós, a ponto de se proferirem blasfêmias ao nome do Senhor por causa da vossa insensatez, por armar perigo para vós próprios.

CAPÍTULO XLVIII

1 Arranquemos esse mal o mais rápido possível. Lancemo-nos aos pés do Senhor e peçamos-lhe, entre lágrimas, que se compadeça de nós, reconciliando-se conosco, trazendo-nos de volta a uma prática santa e pura de nossa fraternidade.

2 Porque é esta a porta da justiça aberta para a vida, conforme está escrito: "Abri-me as portas da justiça: por elas quero entrar e louvar o Senhor.

3 É esta a porta do Senhor: por ela entrarão os justos".

4 Entre as muitas portas abertas, a porta da justiça é a porta de Cristo. Bem-aventurados todos aqueles que entram por ela e guiam seus passos na santidade e justiça, cumprindo todas as coisas impertubavelmente.

5 Que alguém tenha fé, que seja capaz de expor o conhecimento, que seja sábio em discernir os discursos, que seja santo em suas ações.

6 Quanto maior parecer, mais se deve ser humilde, procurando o proveito de todos e não o próprio.

CAPÍTULO XLIX..continua

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